A academia Americana de Pediatria emitiu uma declaração em julho de 2018 sobre aditivos alimentares e a saúde da criança, demonstrando preocupação com as evidências científicas que indicam que certos produtos químicos que entram nos alimentos podem interferir com os hormônios naturais do corpo de maneira que podem afetar o crescimento e o desenvolvimento a longo prazo, e levar a efeitos adversos sobre a saúde das crianças.
Existem os produtos químicos usados como aditivos alimentares ou os indiretamente adicionados aos alimentos quando usados na fabricação de embalagens e plásticos.
Aqui estão alguns dos aditivos com maior evidência de preocupação:
-Bisfenóis: utilizados em recipientes de plástico e no revestimento de latas de metal, os bisfenóis (como o BPA) podem perturbar a função endócrina, reduzindo potencialmente a fertilidade e alterando o momento da puberdade. A pesquisa também sugere efeitos sobre os resultados do neurodesenvolvimento e obesidade infantil;
-Ftalatos: encontrados em embalagens plásticas de alimentos, bem como em tubos de plástico usados durante a fabricação de alimentos. Recentes pesquisas associam os ftalatos à ruptura endócrina (incluindo toxicidade testicular), efeitos cardiotóxicos e estresse oxidativo;
-Nitratos e nitritos: adicionados diretamente aos alimentos (geralmente carnes processadas) como conservante ou para melhorar a cor. Estudos associam esses compostos ao câncer e à disfunção da tireoide.
Bebês e crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos dos produtos químicos nos alimentos, em parte porque comem mais alimentos por quilo de peso corporal do que os adultos.
A Organização Médica de Pediatria dos EUA sugere que as famílias tomem as seguintes medidas para reduzir a exposição a produtos químicos em crianças:
– Priorize o consumo de frutas e vegetais frescos ou congelados sempre que possível;
– Evite carnes processadas, especialmente durante a gravidez;
– Evite alimentos ou bebidas no micro-ondas, incluindo fórmulas infantis, leite materno bombeado, em recipientes plásticos, e não coloque recipientes de comida de plástico na máquina de lavar louça;
– Use alternativas ao plástico, como vidro ou aço inoxidável, sempre que possível;
– Sempre verificar o código de reciclagem na parte inferior dos produtos e evite plásticos com códigos de reciclagem 3, 6 e 7, que podem conter ftalatos, estireno e bisfenóis. A menos que sejam rotulados como “base biológica” ou “greenware”, indicando que são feitos de milho e não contém bisfenóis;
-É importante lavar as mãos antes de manusear alimentos e bebidas. Assim como as frutas e verduras que são consumidas com casca.
Fonte: Leonardo Trasande, MD, MPP, FAAP,a Rachel M. Shaffer, MPH,b Sheela Sathyanarayana, MD, MPH,b,c COUNCIL ON ENVIRONMENTAL HEALTH. Food Additives and Child Health. PEDIATRICS Volume 142, number 2, August 2018:e20181410
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