“Eu simplesmente não aguento mais”; “minha bateria acabou”; “sou puro estresse”… Você já gritou para você mesmo frases como essa relacionando-as com o trabalho? Então, atenção: você pode estar com a Síndrome de Burnout.
Esse termo surgiu há 45 anos, cunhado por Frendenberg e tende a envolver pessoas que trabalham com serviços que requerem atenção extra com outras pessoas. Assim sendo, as profissões que envolvem cuidado com o outro são as mais acometidas. Destacam-se enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e assistentes sociais (Silva et al. 2015, Aquino MT 2018). Mas isso não invalida outras profissões.
O quadro clínico é principalmente destacado por três eixos: exaustão emocional, baixa realização pessoal e despersonalização.
O primeiro está relacionado a um cansaço excessivo, uma sensação importante de perda de energia acompanhada da ideia de que não se tem mais forças para resolver os problemas. Geralmente ela vem das demandas excessivas psicológicas e emocionais advindas do trato com as pessoas que necessitam de atenção e ajuda.
A baixa realização se relaciona à uma falta de envolvimento com as atividades e um desempenho negativo nas funções.
A despersonificação refere-se à uma tendência a deixar de se envolver emocionalmente com as pessoas do trabalho, diminuindo muito a empatia nas relações e criando assim um certo cinismo (Souza – 2015).
São mais suscetíveis ao burnout pessoas que vivem e respiram o trabalho, não conseguem dizer não ou colocar limites, tem compulsões por trabalhar e fazem várias coisas ao mesmo tempo.
O desenvolvimento do problema começa com uma hiperatividade no serviço, segue-se uma sensação de exaustão que leva a uma redução da atividade. Surgem reações emocionais como agressividade, negativismo e cinismo, até que temos uma perda de atenção, concentração, motivação e criatividade.
Então temos a perda de contatos sociais, alteração do sono, alteração gastrointestinal e cardiovascular, queda da imunidade e aumento do uso de álcool e drogas. Pode-se inclusive a chegar em ideação suicida (Weber & Reinhard 2000)! Você trabalha muito? Vamos com cuidado!
Dr. Rodrigo de Almeida Ramos – Médico Psiquiatra | Diretor da Clínica Vínculo
CRM-SP: 105.548