É muito frequente a queixa de ausência ou diminuição da libido e/ou dificuldade de ganho de massa muscular pelas mulheres no consultório, colocando como a principal culpada a falta de testosterona.
Porém, vale ressaltar que vários fatores podem estar associados a estas queixas, como a genética, doenças associadas (hormonais ou não), sono, medicações em uso, alimentação, atividade física e stress.
Os efeitos da testosterona fisiológica no organismo feminino ainda não são completamente compreendidos, portanto não existe uma correlação exata entre níveis de testosterona e sintomas clínicos em mulheres.
Os valores normais de testosterona nas mulheres são aproximadamente 8 – 12 vezes menores que nos homens (em torno de 300 a 900 ng/dl em homens, enquanto nas mulheres varia entre 15 a 75 ng/dl).
Além disso, os métodos laboratoriais atuais são padronizados para quantificar valores nos homens, e mesmo o melhor método -> HPLC-MS-MS, não consegue quantificar valores muito baixos com precisão, o que dificulta a utilização em mulheres.
Deve-se dosar a testosterona em mulheres quando suspeita-se de hiperandrogenismo (aumento nos níveis de testosterona) para diagnóstico de doenças, como por exemplo:
O seu uso vem sendo realizado por mulheres de forma indiscriminada sob justificativa do ganho de massa muscular, melhora da performance física, melhora de cansaço e melhora da libido, sem recomendações e sem estudos que comprovem benefício.
Deixo aqui o alerta de que o uso de testosterona pode trazer vários riscos à saúde, como por exemplo:
As sociedades Europeia, Americana e Brasileira de Endocrinologia são contrárias à dosagem rotineira de testosterona em mulheres e contraindicam o uso com finalidade estética.
Dra. Maria Cecília Fittipaldi Massaro – endocrinologista da Clínica Vínculo
CRM-SP: 145.616
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